quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CORIDORA

CORIDORA

O Aquário de Ornamento é um pedaço da Natureza, onde peixes, plantas e microscópicos seres vivos vivem e se reproduzem, formando um mundo rico em cores vida e movimento. Como todo mundo que possui vida, a manutenção das condições de equilíbrio biológico para a sobrevivência deste nosso ecossistema é algo que deve ser mantido com a ajuda do aquarista, que é responsável  pela vida de todos estes seres. Na Natureza, encontramos um excelente auxiliar na manutenção deste equilíbrio, e a Corydora, um peixe muito útil no aquário, por ser um verdadeiro lixeiro, alimentado-se de tudo que é resto de comida não consumida pelos demais habitantes do aquário comunitário.

Vivendo nas águas dos rios e lagos da América do Sul, o coridora bronze, o São Pedro ou o Sarro, como é popularmente conhecido o Corydoras aeneus, possui como coloração geral o vermelho-marrom, com reflexos metálicos variáveis do verde ao vermelho-cobre. Possui seu corpo protegido por uma "armadura" de placas ósseas de onde saem três espinhos que são os primeiros raios das nadadeiras peitorais e dorsal. Apesar de todo este aspecto de gladiador, é um peixe sociável e necessário para um aquário misto. Pertencente a família dos Calictídeos, este peixe foi classificado pelo naturalista Gill e vive sempre fuçando o fundo do aquário, onde apanha todos os detritos e micro-fauna do solo. É um peixe que movimenta-se principalmente à noite. O aquarista deve observar e ficar atento se os coridoras do seu aquário estão se alimentado, pois sempre sugerimos que os peixes recebam como refeição normal a quantidade suficiente para que comam tudo em cinco minutos, por isso pode acontecer de os peixes de superfície ou de meia água não deixarem quase nada para os coridoras. Fiquem atentos.
Estes peixes desenvolveram uma respiração intestinal acessória como a dos cobitídeos, que lhes permitem viver em águas bastante pobre de oxigênio, por isso é que freqüentemente eles sobem à superfície para buscar ar. Como curiosidade, eles podem girar os olhos nas órbitas, o que nos dá a impressão de estarem piscando. Uma gracinha...

As coridoras vivem bem em pequenos grupos, e atinge em média 6 cm de comprimento. O macho possui a nadadeira peitoral e dorsal mais pontiagudas que as da fêmea, que são mais arredondadas de corpo quando vistas por cima e ligeiramente maiores.
Devemos usar para o solo do aquário, apenas seixos rolados, evitando usar cascalhos pontiagudos que poderão machucar os peixes. Por afastar os grãos dos seixos rolados em busca de fragmentos de comida, as coridoras não só mantém limpo o fundo do aquário, como mantém livre o fluxo de água pelo filtro de fundo. Cuidado, nunca use sal em aquários que possuem peixes que não tem escamas, caso específico das coridoras.
As coridoras vivem bem em aquários com solo de areia fina, com algumas plantas de folhas duras (Anúbias, Echinodorus, etc), e água de neutra à ligeiramente alcalina, numa temperatura de 21 à 28°C.
Como alimentação, já dissemos que eles apreciam qualquer tipo de alimento que venha a se depositar no solo do aquário, mesmo que parcialmente estragados, mas possui predileção por tubifex vivo. Aceita também enquitréias, carne raspada, patês diversos.

Falemos agora dos aspectos reprodutivos. As fêmeas, na época da desova o seu ventre torna-se mais volumoso e ligeiramente avermelhado. Convém escolher dois machos para cada fêmea, que serão colocados em um aquário de aproximadamente 50x20x30, decorado com areia fina e algumas plantas de folhas duras (Anúbias, Echinodorus), contendo filtro de fundo. Alimentar o trio com uma boa refeição de tubifex ou mesmo alimento flocado. Para provocar a desova, aconselha-se a descida da temperatura até 20°C, acompanhadas de mudanças parciais da água. A desova é precedida por uma dança nupcial, quando os reprodutores mostram muita excitação e o macho nada tocando freqüentemente o dorso da fêmea e com os barbilhos acariciando também a região do opérculo. A fêmea põe os ovos numa bolsa formada pelas nadadeiras ventrais e faz aderir a um local previamente limpo, que pode ser a folha de uma planta ou mesmo o vidro do aquário. A temperatura da água do aquário deverá estar entre 24 e 25°C neste momento. A fêmea deposita poucos ovos de cada vez, mas com precisão e adesivos. O macho fertiliza a desova imediatamente que será composta de aproximadamente 130 ovos. A eclosão ocorre após 3 ou 5 dias. Os alevinos começarão a nadar a partir do 4º. ou 5º. dia de vida, e deverão ser alimentados com infusórios e micro vermes. O crescimento dos filhotes é relativamente lento. É recomendável retirar os reprodutores do aquário após a desova.
Este é um peixe relativamente fácil de se criar, mas devido ao Brasil possuir em sua fauna aquática uma grande quantidade de peixes deste gênero, sua reprodução só é tentada pelos pesquisadores e pelos aquaristas que se dedicam em melhorar a genética dos peixes orna-mentais. Este peixe é tão comum no Brasil, que figura como segundo maior grupo na pauta de exportação de peixes ornamentais, (o primeiro é o Neon), em quantidade. Mas sua reprodução deve ser tentada, pois o aquarista é um pesquisador que busca a cada dia, a cada momento novas conquistas, e criar peixes melhores, mais bonitos é sem dúvida uma boa ação para com a própria Natureza.

CUIDADOS NO CATIVEIRO.
Aquário — não usar cascalho pontiagudos. Plantar algumas Anúbias ou Echinodorus. Capacidade média de 60 litros.
Água — de neutra à ligeiramente alcalina. Temperatura entre 21 e 28°C Alimentação — Aprecia qualquer tipo de alimento, mas tem preferência por tubifex vivo. Por ser um alimento que fornece muitas calorias, forneça aos peixes uma ou duas vezes por semana apenas.
Doenças — nunca use sal para tratamento de doenças das coridoras. As doenças mais comuns são: fungos nas nadadeiras, apodrecimento das barbatanas e opacidade ocular. Para cada tratamento específico observe qual o medicamento ideal a ser usado.
Comportamento - peixe muito sociável, próprio para aquário misto.

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